quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Amor não tem Ex




Hoje estava limpando sua parte do guarda roupa e encontrei uma camiseta minha em sua gaveta, o que não faz diferença pois tudo que é meu, era seu.

Sentei na cama indignado por não ter tirado tudo da gaveta e questionando se na verdade fiz de propósito para caso voltar, ter algo para vestir. Dormir sem roupa era uma coisa minha, você sempre gostava de usar camisetas largas mesmo no calor.

Pensei em mandar alguma mensagem perguntando se o tempo quente continua atacando sua gastrite e por isso precisa dormir no quarto da sua mãe com o ar condicionado. Se as noites de insônia, palheiro e música continua te fazendo ir para a janela toda noite olhar para a cidade meio parada, meio acesa, meio sem a gente.

Até quis te mandar uma receita que vi na GNT de um folheado incrível que faria passar a noite reclamando que te faço comer demais, mas não saberia viver sem nossos jantares na varanda aos domingos. Te recomendar um vinho que descobri sem jeito em um jantar de família, e quase roubei para beber escondido na sua casa de madrugada.

Comecei a me perguntar se continua estudando todos os dias pelo menos uma hora e se sua gata ainda esconde quando chega visita, mas quando pegamos no sono, amanhece em cima da nossa barriga. Me perguntei até se essa história de terminar de uma vez por todas não soou como babaquice em sua cabeça, afinal, o que foi mesmo que aconteceu com a gente?

Se aparecesse agora provavelmente iria me esconder. Desligar telefone, trocar endereço, calar o coração com o silêncio do pesar dos dias sem você.  Se voltasse para mim neste instante, diria que não lembro das suas manias e não resta nada seu pelo meu apartamento.

É que na realidade, cê nunca foi embora de verdade, sabe? E enquanto ouço falarem que é só mais uma ex, meu coração te lê como atual.



Como explicar isso tudo pra você, se tudo o que nos restou foi essa camiseta?



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